Presidenta Dilma: a história é sua, da sua dignidade
Fonte: Partido dos Trabalhadores, 2015. Confesso que a presidenta Dilma sempre foi para mim uma personagem enigmática. Longe da loquacidade e do natural apelo popular do presidente Lula, era uma criatura que me passava a ideia de frieza e racionalidade extrema. Tão jovem na época, baseava-me nessa impressão subjetiva para nutrir certa antipatia. O ponto máximo dessa minha visão ocorreu durante o impeachment. Embora dedicasse cada hora do meu dia para militar de diferentes formas pelo mandato constitucional da presidente eleita, sentia-me traído pelo seu distanciamento. Inconformava-me pela presidenta não mobilizar mais, não se revoltar publicamente, não destilar raiva e até ódio naquele momento. Linda, serena e fleumática. A Dilma olhava para os seus algozes sem medo, sem maus sentimentos e vaticinava a história que hoje se escreve. Dizia que a história seria cruel com aqueles que orquestravam o golpe. Todos eles, segundo ela, teriam que prestar contas e ela se contentava e est