Uma palavrinha sobre "utopia"...
Nem
o diabo foge da cruz com a mesma velocidade e terror que as figuras “políticas”
(Parlamentares ou não) fogem da palavra “utopia” ou “utópico”, o ideário
neoliberal veio defendendo um “pragmatismo” rasteiro e brutal, que tira da
agenda qualquer “ideal utópico”. Mas será mesmo?
Antes
de qualquer coisa, é importante questionar esse ponto de vista mais
diretamente. A utopia é importante, é um “porvir” constante, é um ideal a ser
alcançado pela política feita coletivamente, a utopia de uma sociedade é aquilo
que esta sociedade deseja vir a ser e é para onde guiará ou tenderá a guiar
suas políticas. A política sem um viés utópico tende a ser apenas conservadora,
a apenas gerir, administrar o atual, em uma constante reprodução deste “hoje”,
sem qualquer horizonte de futuro, sem dar espaço a qualquer aspecto critico
relevante.
Mas
será mesmo que não há utopia no manual do escoteiro neoliberal? Será que o sistema
em que nós vivemos realmente não dá espaço para “grandes narrativas”? Se não
há, ao menos ela é vendida, aquela imagem pregada por grupos como o Movimento
Brasil Livre, de que a desregulamentação total poderá possibilitar que todos
tenham acesso a serviços privados de qualidade e a concorrer no mercado,
iniciando seu próprio negócio. Isto é uma utopia vendida como “defesa do
pragmatismo”, um pragmatismo que beneficia um grupo, o dos que já estão no
topo.
Você
está engolindo utopia e ideologia a todo o tempo, mesmo que sejam vendidas como
“realismo” e “pragmatismo”. O problema não é ter “utopias”, não existe uma
sociedade sem expectativa, sem um ideal do que deve vir a ser alcançado, o
problema é: A utopia o é para quem?
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