A DESEJADA



Tem. Possui nome
A derrota não é anônima
É dor que não some
É dômina e parônima.

Sorriso, alegria e forma de ser
Não as tenho. Perdi.
“Erro seu” é dito ao me ver
Mas me dói até agora o que sofri.

Não, não. Mais um dia
Tudo outra vez e ainda mais
Tire-me daqui, dessa taquicardia
Prazer? É tarde demais.

Corro risco de vida
Não posso empurrar o...
Nem dar a outro minha sofrida
Ficar até o fim, seja qual for.

Tenho medo
Ter odor sem ser em O Perfume
Invisível feito negro na literatura brasileira
Ver-me vivo estando morto.

Sem dormir, cochilo
Não quero mais nenhum despertar
Corro risco de vida.
A quem já foi quero segui-lo.


 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve ao Ad Substantiam semanalmente às quintas-feiras; e todo domingo no seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Imagens:
Ver a vó pela greta – foto do autor.
Foto do autor – Vinícius Siman.

Escrito e trabalhado entre a noite de 30 de julho e 02 de agosto de 2018.

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