A ARTE É MINHA ARMA
Que é literatura
Que é conto
Minha evolução
literária
O que me inspira e o trabalho
que é escrever
Literatura
Literatura é texto ficcional. É comum dizer coisas como “literatura médica” ou “literatura científica” para se referir algo escrito com objetivo de ensinar algo; mas isso é apenas maneira de dizer. Pois literatura não quer ensinar nada. E por isso sempre nos oferece o que pensar.
Literatura é texto ficcional. É comum dizer coisas como “literatura médica” ou “literatura científica” para se referir algo escrito com objetivo de ensinar algo; mas isso é apenas maneira de dizer. Pois literatura não quer ensinar nada. E por isso sempre nos oferece o que pensar.
A literatura, como todas as artes, não pretende ser útil. Sendo assim,
por qual motivo, não importa a época nem o local, todo mau governo persegue os
artistas e censura as artes? É porque sem se preocupar ou não com isso, ela te
apresenta os fatos e a realidade através da ficção. É a verdade na mentira, mas
não é mentira fingindo ser verdade.
Quem sabe qual é a primeira obra literária infanto-juvenil do mundo? É “Reinações
de Narizinho”, de Monteiro Lobato. Histórias para crianças sempre existiu, como
Chapeuzinho Vermelho, por exemplo. Mas todas essas histórias queriam ensinar
algo e não apenas contar uma história. Lobato foi o primeiro a escrever um
livro realmente literário para crianças e adolescentes. E como toda literatura,
Reinações de Narizinho promove reflexão sem se preocupar com isso. Quem ler
Reinações de Narizinho se diverte enquanto medita.
Conto é um texto narrativo curto que deve provocar no leitor excitação ou emoção. Assim, se fazem necessários a tensão, o imprevisto etc.
Mas o tempo e o local possuem menor importância no conto; contudo, o conto necessita dizer bastante, mas não em palavras e sim em conteúdo.
Mas o tempo e o local possuem menor importância no conto; contudo, o conto necessita dizer bastante, mas não em palavras e sim em conteúdo.
Minha evolução
literária.
Deve se entender uma coisa. Ao contrário de ouvir e falar, a leitura e a escrita não são naturais no ser humano. A gente aprende a falar só de ouvir os outros, mas praticamente ninguém aprende a ler e escrever só de ver os outros lendo e escrevendo. Tem que ter um esforço extra. Portanto, a leitura e a escrita são práticas. Quero dizer, é necessário pegar um livro e ficar em um lugar confortável para ler. É necessário pegar um caderno e um lápis para escrever. Como estas não são naturais, mas sim práticas, se ficar esperando a vontade de ler ou de escrever ela (a vontade) não virá. Há que pegar o livro, o lápis e o caderno para treinar, acostumar.
Deve se entender uma coisa. Ao contrário de ouvir e falar, a leitura e a escrita não são naturais no ser humano. A gente aprende a falar só de ouvir os outros, mas praticamente ninguém aprende a ler e escrever só de ver os outros lendo e escrevendo. Tem que ter um esforço extra. Portanto, a leitura e a escrita são práticas. Quero dizer, é necessário pegar um livro e ficar em um lugar confortável para ler. É necessário pegar um caderno e um lápis para escrever. Como estas não são naturais, mas sim práticas, se ficar esperando a vontade de ler ou de escrever ela (a vontade) não virá. Há que pegar o livro, o lápis e o caderno para treinar, acostumar.
Comecei a escrever com pouco mais de quinze anos. Mas não tinha nenhuma
regularidade nem nada. Aos dezoito decidi me organizar e comprei cadernos para
escrever diariamente. Meus textos, hoje assim percebo, eram horríveis. Mas foi
através dessa prática, assim como de muita leitura literária, de pesquisas
sobre como escrever e conversando com outros escritores é que fui
desenvolvendo.
Assim, o segredo para bem escrever é ler, escrever, pesquisar e conversar.
O que me inspira?
León Tolstói, um dos maiores escritores russos e do mundo, disse “Se queres ser universal, comece por pintar a sua aldeia”. Não me recordo quem disse, mas já ouvi algo assim: “Se quer ser universal, fale de seu quintal”. Eu, particularmente, acredito e pratico isso.
León Tolstói, um dos maiores escritores russos e do mundo, disse “Se queres ser universal, comece por pintar a sua aldeia”. Não me recordo quem disse, mas já ouvi algo assim: “Se quer ser universal, fale de seu quintal”. Eu, particularmente, acredito e pratico isso.
O Vale do Aço possui imensa quantidade de escritores de qualidade. Nena
de Castro, Goretti de Freitas, Nancy Maestri, Cida Pinho, Flavia Frazão,
Nivaldo Rezende, Vinícius Siman, Girvany de Morais... só para citar alguns. Mas
talvez eu seja o que mais fale de Ipatinga. Quase tudo que escrevo se passa naquela
cidade, com pessoas e fatos locais.
Porém, falar do próprio quintal, ou seja, pintar a própria aldeia, é mais
do que falar sobre onde mora; quero dizer, pode-se falar da rua, do bairro, da
cidade, estado, país etc. Mas não é só isso. “Pintar a aldeia” é falar do que
conhece. Antes de me apaixonar pela primeira vez falei algumas vezes sobre
isso, mas descobri mais tarde que eram bobagens; eu não sabia o que estava
dizendo. Só quando me apaixonei soube realmente o que dizer. Portanto, só fale
do que conhece; só do que vê. Fale de seu quintal, pinte sua aldeia.
O texto que publiquei domingo passado no meu blog literário, o aRTISTA
aRTEIRO (Ironias Não São Flores: http://artedoartista.blogspot.com/2018/08/ironias-nao-sao-flores.html
) foi uma criação interessante. Eu tinha uma história pronta, que é a parte que
se passa no Parque Ipanema. A noite de sexta-feira estava muito bonita com a
lua cercada de nuvens. Tirei uma foto e a publiquei em um grupo de watzap.
Alguém comentou que merecia uma história de terror. Então naquela hora criei
uma pequena história, que acabou se tornando o início do que está no blog.
Mas bastaria simplesmente juntar duas histórias? Não. Tive que mudar
algumas coisas porque escrever é fazer, desfazer e refazer; quantas vezes forem
necessárias. E para meu conto ficar ainda mais coerente, o final foi criado
retornando ao início. Ou seja, escrevi e depois reescrevi. Se olharem os
rodapés de meus textos verão que eles não são escritos de uma só vez. Mas
costumam ter dias, semanas e até vários meses de construção.
Estou criando um conto que tem dois aspectos curiosos. Surgiu de um
sonho, quase um pesadelo que tive. Poucas horas depois, pela manhã, vi um vídeo
que me deu vontade de falar sobre ele. E percebi que meu sonho e o tal vídeo se
casavam. Não que fosse sobre o mesmo assunto. Pois o vídeo fala do capitalismo
enquanto meu sonho é... um sonho. Dessa forma, juntei o ficcional com a
realidade.
Estão lembrados que falei que a literatura é a verdade na mentira? A
ficção está na aparição dos monstros, nas personagens, na história. Porém a
verdade está no interesse daquelas empresas, que é somente lucrar, sem
preocupação real com o ser humano.
Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve ao Ad
Substantiam semanalmente às quintas-feiras; e todo domingo no seu blog
literário: aRTISTA aRTEIRO. É professor
de Português, Literatura, Espanhol e Artes. É graduado em Letras-Português. É
pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na
Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e
Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso
Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura
Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da
Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de
Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga
MG (representando a Literatura).
Foto do autor, por Vinícius Siman.
Fotos durante a aula/palestra: Professora Valdiene.
Fotos durante a aula/palestra: Professora Valdiene.
Escrito entre os
dias 28 e 30 de agosto de 2018. O texto é a base para uma palestra/aula sobre o
processo criativo e literatura na E.E. Herbert José de Souza (Betinho).
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