NÃO DEVERIA



Estratégia de Manipulação 03


Estratégia da Gradação¹:
Para fazer a população aceitar uma medida inaceitável basta aplicá-la aos poucos por anos consecutivos. Foi assim que se impuseram o neoliberalismo, salários que não garantem uma renda descente e novas condições socioeconômicas durante as décadas de 80 e 90 do século XX. Estas e outras medidas teriam causado revoluções se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

Em todas as escolas estaduais do país, inclusive naquela mais perto de você, ouvem-se nas salas dos professores algumas risadas durante o recreio. Provavelmente para não chorarem.
Nas ruas ninguém comenta a Copa em um dos países mais homofóbicos do planeta porque as pessoas se acostumam. Poucos se indignam com o pastor, deputado e incubado Feliz Dauánus justificar Duck Trump enjaular crianças imigrantes. Ninguém discute os ataques ininterruptos à Síria nem as sequelas do Golpe de 2016 porque as pessoas se acostumam. E, ao contrário da Europa, desde 2011 o Brasil facilita a concessão de visto à população síria por ser este um povo perseguido militarmente. Esta postura já rendera ao Brasil elogios internacionais apesar de não ter uma política ou programa adequados.
Após o sinal de encerramento das aulas os alunos saem desembestados como manada fugindo do fogo. Os professores ajuntam seus materiais enquanto a equipe de limpeza faz o melhor que pode com o que as escolas não têm. Da sala de aula vão
à sala dos professores e só depois retornam aos seus lares ou, porque as pessoas se acostumam, vão para outra escola aumentar a renda tão escassa.



Canteiro da árvore de chuva. Foto do autor.

Um desses professores vai para casa, e como os outros, com o coração apertado. Na rua vê uma mulher com um lenço cobrindo a cabeça e um longo vestido que mais parece um lençol preto. Sabe que as muçulmanas se mostram belas para quem realmente importa: a própria família; não para estranhos na rua. Porém nota o olhar da população a observá-la com maus olhos. E se recorda da matéria recentemente lida no jornal: Fecham-se as portas para os refugiados. Continua seu retorno com o coração encolhido diante do costume populacional... Mas na BR381 no Centro de Ipatinga, depois da Prefeitura, após o posto de gasolina e estacionamento público há um canteiro antes da Praça da Bíblia que separa as duas mãos de uma rua que não sei se tem nome. Neste trecho há belos pés de mão (ou pata) de vaca. Ao atravessar a rua para chegar ao canteiro o vento promove uma chuva de folhas secas em três frondosas árvores sem nome para mim. Nestes segundos vejo o espetáculo enquanto ele sente a delicadeza da “chuva” ao passar debaixo de suas copas. Contudo, poucas coisas são bênçãos.
No dia seguinte, na aula de Português, um aluno faz piada sobre um vizinho refugiado. Este professor interrompe sua aula e comenta: Refugiado é quem tem que fugir do próprio país por perseguição racial, religiosa, opinião política ou devido a conflitos armados, violência generalizada ou violação massiva dos direitos humanos. Cuidado! Hoje nós os recebemos. Mas o futuro a Deus pertence...
- O que o senhor quer dizer com isso, professor?
- Com a atual situação política de retrocesso não é impossível que sejamos nós a pedir abrigo a outros países.
- Isso não vai acontecer não, professor. Pois é Boçalnaro 2018...
O professor olha este aluno e dizer o que diante de tanta boçalidade? Pensa um instante, mas o sinal toca deixando-o só e quase caído, empurrado pela turba desembestada.
Em abril de 2018 o coevo desgoverno brasileiro “previu” aumentar em 2019 o atual salário mínimo de R$954,00 para R$1002,00. Contudo, decidiu deixá-lo a R$998,00. Vejamos como foi em alguns anos anteriores: 2013 ele era R$678,00 e passou para R$724,00 em 2014. Daí, no ano seguinte, pulou para R$788,00. Já em 2016 foi R$880,00. Quer dizer, de 2013 a 2016 houve pequenos, mas crescentes aumentos de R$46,00, de R$64,00 e de R$92,00; o que dá uma média de pouco mais de R$63,00 por ano.
Mas isso os jornais não anunciam. As manchetes que se veem são: As Portas se Fecham para Refugiados. Primeiro para os angolanos e venezuelanos. Muitos se surpreendem, mas só uns poucos não se acostumam.
Na casa deste professor, o irmão com necessidade especial faz o que faz pelo menos dez vezes ao mês: beber água. Mas não somente isso. Bebe um copo e cinco minutos depois outro copo. E bebe mais água; bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe mais outro copo de água e... Vomita pela casa, na cama e onde mais puder. Sossegado, bebe outro copo de água. E bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe e mija na roupa. E suja outra roupa, mais uma e outra e outras. Mais tranquilo, bebe de novo e o ciclo não para durante todo esse resto de dia.
E o professor? Bem... Paciência, cadê você? Bom humor, aonde você foi? Felicidade, onde você está? Mas as pessoas se acostumam com qualquer coisa. Acostumam-se com o descontrole familiar e acostumam-se com o controle governamental.
Assim, o Governo do Estado não pagou o décimo terceiro de 2017 e em 2018 atrasou contínua e cada vez mais o salário. Mas não tem problema, o povo se acostuma. Em janeiro não pagou no dia oito, mas no dia dez. Em fevereiro e março não pagou no dia sete, mas respectivamente nos dias doze e treze. Abril foi no dia quinze. Em maio, também. Em junho, nem sinal! Fazendo dos dias dos educadores uma sucessão de tormentos. Como se pode ver na explicação do Governador Ferrando com Pimenta e Fel, do Partido dos Traidores: “Os funcionários da segurança pública recebem na frente dos professores porque o dinheiro é pouco e governar é fazer escolhas. Existem funções públicas que são mais urgentes e prementes que outras. E este não é o caso dos docentes. Por isso se renumera a polícia de forma diferenciada, mas não aos educadores.”.
No dia seguinte aquele mesmo aluno parabeniza o Duck Trump pelo muro. Com este mote, o professor:
- Ainda no século passado havia um programa de tv chamado Família Dinossauro. Nele havia um pântano que separava de um lado os dinossauros quadrúpedes e do outro, onde se passavam os episódios, os dinossauros bípedes. Pouco a pouco o governo foi implantando leis contra os quadrúpedes e noticiando pela tv o quão maléficos eles eram. Ao mesmo tempo proclamava a superioridade bípede e esta se sentia orgulhosa. O engraçado era o povo bípede envaidecer-se, mas ser destratado e deixado à míngua pela elite e pelo governo... Eu me lembro de um episódio onde teve um diálogo mais ou menos assim: “Eu quero dar a minha família o que eles precisam e também o que querem. Preciso de aumento, pois eu amo a minha família.” Fala Dino e seu chefe responde: “Nota-se o quanto você ama sua família, Dino. Pois prefere perder o emprego que perder a família.”.
- Nunhintendi, professor.
- Sei que não... Mas continuando: Nesta série, os quadrúpedes eram peças chaves para o desenvolvimento econômico do “país”. Mas o governo, que cometia uma série de erros que prejudicavam a autonomia “nacional”, culpava aqueles no lugar de admitir a própria culpa, no lugar de mudar suas estratégias, em vez de buscar correção e avanço tecnológico e econômico. A xenofobia...
- Que é isso?
- Preconceito contra os estrangeiros ou ao que eles produzem. Mas continuando, a xenofobia chegou ao absurdo de construírem um muro dividindo o pântano. Nesta construção muitos bípedes morreram afogados e somente sobreviveram os que os quadrúpedes conseguiram salvar.
- Aí eles se tornaram amigos.
- Não, infelizmente não foi isso que aconteceu. Continuaram a construir o muro e...
- E o que aconteceu, professor?
- Bem... Sabemos que os dinossauros não existem mais. Foram extintos...
Uma pausa e retorna ao assunto programado:
- Mas voltemos a nossa aula. Quando se usa “há” com agá e “a” sem agá? Quem sabe?
Ninguém respondeu. Então o professor continua:
- Existem alguns, digamos assim, uso para “a” com agá. Do primeiro falaremos em outra aula. Vamos nos dedicar ao seu segundo uso. O “a” com agá – há – indica tempo que já passou. Exemplo: Estou esperando três anos os alunos se tornarem estudantes. Alguém mais tem outro exemplo?
- Ele viajou há duas horas. – Responde Marcelo, um dos dois que sempre ouvem o professor.
- Certíssimo. Já o “a” sem acento nem agá tem muitos usos. Um deles é aparecer antes de substantivos femininos. Exemplo: A menina e a boneca são bonitas. Este “a” também aparece antes de verbo no infinitivo. Quem se lembra o que seja infinitivo?
- É o nome do verbo, professor. – Outra vez Marcelo responde e é parabenizado antes do professor continuar:
- “A” antes de infinitivo não tem nenhum acompanhamento; é ele sozinho, sem outra letra nem acento. Veja um exemplo: Estou disposto a dar aula. Mas existe um terceiro uso para o “a” e este pode indicar futuro...
- Então, com agá indica passado e sem agá indica futuro?
- Sim, Maria. Parabéns pela observação. O terceiro uso de “a” sem nada é apresentar algo futuro. Exemplo: O recreio vai ser daqui a pouco. O verbo “ir” está no presente, pois estou falando agora de algo que acontecerá em instantes. E é este “a” o identificador do tempo que virá e...
Neste exato momento o sinal toca. Outra vez é quase jogado no chão pela turba desenfreada.
Mas isso tudo ainda é pouco, pois as pessoas se acostumam. No Brasil, muitos políticos preferidos pelo povo se definem como liberais na economia e conservadores nos costumes. A lógica dessa ilógica é o Estado não interferir nas empresas, mas intervir no corpo do povo. “O cu vocês não podem dá, mas os produtos que vocês fabricam a gente pode vender caro para vocês”. Mas não tem problema, o povo se acostuma quando a coisa é pequena. Sem saber que o pequeno pode agigantar-se.
Contudo, em casa o nosso professor esperou o dia acabar para dormir. E ele sonha. Não que tenha muitos sonhos mais. Não, isso é para festeiros, não para quem pensa. O que ele tem são os sonhos do sono. E ele conversa com ele.
- Em 2013 gostei tanto daquela tv...
- Aquela que pagou em vinte e dois meses? – Ele se responde. – Saindo quase três vezes o valor a vista?
- Sim. A gente se acostuma.
- Eu me lembro. Quando completou dois anos ela estragou e uma nova sairia mais barato. Mas um computador era prioridade na ocasião.
- E desde então estou sem tv. Mas a gente se acostuma já que a inflação não para. E em 2015 comprei uma máquina de lavar.
- Eu me lembro. A mais em conta era R$1.400,00; quase dois meses de salário. Pagou em quantas vezes?
- Doze meses. Mas ela funciona até hoje.
- É! E quanto saiu no final?
- R$3.500,00... Mas a gente se acostum...



Nevoeiro. Foto do autor tirada na casa de Maria Cloenes, artista da dança e artesã.

Soa o despertador. Ele se levanta inventando força para abrir os olhos; trôpego vai ao banheiro fazer o que tem que fazer. Em seguida prepara um café fraco para economizar o pó quase no fim. Alimenta a si e ao irmão e deixa pronto o almoço para quando chegar. Abre a porta e olha a cidade enevoada.


En español:

NO DEBERÍA

En todas las escuelas públicas del país, incluso en aquella más cercana a ti, es posible escuchar risas en la sala de los profesores. Es posible que sea para no lloraren.
En las calles nadie habla de la Copa ocurrir en uno de los países más homofóbicos del planeta porque las personas se acostumbran. Nadie se indigna con el brasileño pastor, deputado y “mariposa en el armario” Feliz Daelano justificar Duck Trump enjaular niños inmigrantes. Pero, más notable es: Pocos se indigna con los religiosos y políticos del propio país justificar el Presidente Monstruo de EEUU. Nadie discute los ataques ininterrumpidos a Siria ni las intervenciones del Norte al Sur de América porque las personas se acostumbran. Y, al revés de Europa y del Norte, hay países en Latinoamérica que reciben los sirios perseguidos militarmente.
Después de la campana sonar avisando el fin de las clases los alumnos salen corriendo como manada huyendo del fuego. Los profesores reúnen sus materiales mientras la equipe de limpieza hace todo que pueden con lo poco que la escuela tiene. De ahí los educadores se van a la sala a ellos destinada y solo después retornan a sus lares o, porque las personas se acostumbran, van a otra escuela aumentar la renta tan escasa.



Árbol de Lluvia. Foto del autor.

Uno de esos profesores se va hacia su casa, y como los otros, tiene el corazón apretado. En la calle ve una mujer con un pañuelo cubriendo la cabeza y un largo vestido que más parece una sábana negra. Sabe que las musulmanas muestran toda su belleza a quien realmente importa: su familia, no a los extraños en la calle. Darse cuenta de la mirada del pueblo observarla con malos ojos. Y se recuerda de la materia recientemente leída en un jornal: El país cierra las puertas a los refugiados. Continúa su retorno con el corazón encogido delante la costumbre poblacional… Pero en la Plaza de la Biblia hay bellos árboles. Al cruzar la calle el viento promueve una lluvia de hojas secas. En estos segundos ve el escenario mientras el profesor siente la delicadeza de la “lluvia” al pasar bajo sus copas. Sin embargo, pocas cosas son bendiciones.
En el día siguiente, en la clase de Castellano, un alumno hace broma sobre un vecino refugiado. Este profesor interrumpe su clase y comenta: Refugiado es quien tiene que huir de su propio país por persecución racial, religiosa, opinión política o debido a conflictos armados, violencia generalizada o violación masiva de los derechos humanos. ¡Cuidado! Hoy los recibimos. Pero el futuro a Dios pertenece…
 - Profe, ¿qué usted quiere decir con eso?
- Con la actual situación política de retroceso no es imposible que seamos los próximos a pedir asilo a otros países.
- Eso no va a pasar, profe. Pues los hombres de Dios van a gobernar el país y no esos cualquieras…
El profesor mira este alumno sin saber que decir a un ser tan necio. Piensa un poco, pero la campana suena dejándolo casi en el suelo, empujado por la turba.
En abril 2018 el Gobierno hice una previsión de aumentar en 2019 el actual salario mínimo en diez por ciento. Pero optó por aumentar cinco por ciento. Veamos cómo fue en unos años anteriores. De 2013 a 2014 el aumento fue de tres por ciento; de ahí para 2015, cinco por ciento y siente por ciento en 2016.
Eso los jornales no anuncian. Sus titulares son: Las Puertas se Cierran para los refugiados. Primero para los de África. Muchos se asombraron y pocos no se acostumbraron.
En la casa de este profesor, el hermano discapacitado hace lo que hace al menos diez veces al mes: beber agua. Pero no solamente eso. Bebe un vaso y cinco minutos después otro vaso. Y bebe más agua; bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe más otro vaso de agua y… Vomita por la casa, en la cama y donde más sea posible. Sosegado, bebe otro vaso de agua. Y bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe y mea en la ropa. Y sucia otra ropa, más una y otra y otras. Más tranquilo ahora, bebe de nuevo y el ciclo continúa todo el día.
¿Y el profesor? ¡Oye! Paciencia, ¿dónde estás? Felicidad, ¿adónde has ido? Pero, las personas se acostumbran a todas las cosas. Se acostumbran con el descontrole familiar y se acostumbran con el control gubernamental.
Así, el Gobierno no pagó el abono del fin de año de 2017 y en 2018 retrasó continua y cada vez más el salario. Pero, no hay problema, el pueblo se acostumbra. En enero no pagó en el día de costumbre, solo dos días después. En febrero y marzo no pagó en las datas firmadas; pagó seis días más tarde. Abril ocurrió diez días de retraso. Mayo, también. ¿Junio? Ni señal… Haciendo de los días de los educadores una cascada de tormentos. Pero, el gobierno ama a los profesores y se justificó diciendo: “Todos que trabajan en la seguridad pública reciben antes de los profesores porque el dinero es poco y gobernar es elegir prioridades. Hay funciones públicas que son más urgentes y apremiantes que otras. Y este no es el caso de los docentes. Por eso, se renumera la policía de manera diferenciada, pero no a los educadores.”.
Sin embargo, es como se habla en Brasil: Nada es tan malo que no puede empeorar. En el día siguiente aquel mismo alumno felicita el Duck Trump por el muro. Con este tema, el profesor:
- Aún en el siglo pasado había un programa de tv llamado La Familia Dinosaurio. En él había un pantano que separaba en un sitio los cuadrúpedes y en el otro, donde ocurrían los episodios, los dinosaurios bípedes. Poco a poco el gobierno fue implantando leyes contra los cuadrúpedes y noticiado por la tv los malos que eran. Al mismo tiempo proclamaba la superioridad bípede y esta se sentía orgullosa. El gracioso era el pueblo bípede envanecerse, pero ser agredido y dejado a mengua por la elite y por el gobierno… Me recuerdo de un episodio donde había un diálogo más o menos así: “Quiero ofrecer a mi familia las cosas que necesitan y también las que desean. Necesito aumento de salario, pues amo a mi familia.” Habla Dino y su jefe responde: “Se nota que amas mucho a su familia, pues prefiere quedarse desempleado que quedarse sin familia.”.
- No comprendí, profe.
- Tengo certeza que no… Pero, volvamos a la serie. Los cuadrúpedes eran importantes para el desarrollo económico del “país”. Pero, el gobierno, que cometía una serie de errores que lastimaban la autonomía “nacional”, culpaba aquellos en vez de admitir la propia culpa, en vez de cambiar sus estrategias, al contrario de buscar corregir y avanzar tecnológica y económicamente. La xenofobia…
- ¿Qué es eso?
- Prejuicio al que es extranjero. Volvemos al asunto. La xenofobia llegó al absurdo de construyeren un muro dividiendo el pantano. En esta construcción muchos bípedes se murieron ahogados y todos que sobrevivieron fue porque los cuadrúpedes los salvaron.
- Ahí ellos se tornaron amigos.
- No, infelizmente no fue eso que ocurrió. Continuaron a construir el muro y…
- ¿Qué ocurrió?
- ¡Oye! Sabemos que los dinosaurios no existen más. Fueron extintos…
Una pausa y:
- Volvamos a nuestra clase. El pretérito imperfecto. ¿Quién sabe porque se llama “imperfecto”?
Nadie contesta. Entonces el profesor continúa:
- Una cosa imperfecta es algo no acabado, incompleto. Entonces, el pretérito imperfecto indica una acción que aún no llegó al fin. Imaginen: ¿Pasado es algo que ya ocurrió o que está ocurriendo ahora?
- Qué ya ocurrió. – Responde Emilio, uno de los dos que siempre escuchan el profesor. Y esto lo elogia por responderlo.
- Si el Pretérito Imperfecto indica algo pasado pero que hasta ahora continúa, el Pretérito Perfecto indica…
- Algo que ya acabó, profesor. – Otra vez Emilio contesta y es felicitado antes del profesor continuar:
- El Pretérito Perfecto Simples, también llamado de Pretérito Indefinido, se emplea para indicar una acción que ya llegó al fin. Y puede ser empleado junto a marcadores temporales. ¿Quién recuerda cuales son los marcadores temporales?
- Ayer, anoche, la semana pasada son algunos, profesor. – Responde la otra estudiante que siempre escucha a los profesores.
- Si, Florencia. Felicitaciones por la comprensión. Ahora presten atención. El Indefinido acostumbra cambiar mucho unos finales. Ejemplo en las tres conjugaciones… Pero, ¿quién recuerda cuales son las tres conjugaciones?
- “-Ar”, “-er”, “-ir” – Responden los dos estudiantes mientras todos los demás juegan en sus celulares o charlan entre sí. Y el profesor continúa, pero sonriendo a los dos:
- Ahora vamos a los ejemplos del Pretérito Perfecto en las tres conjugaciones: Hablé, hablaste, habló, hablamos, hablasteis, hablaron. Miren que en las otras dos conjugaciones no hay tilde en todas las “-i”: Comí, comiste, comió, comimos, comisteis, comieron. Viví, viviste, vivió, vivimos, vivisteis, vivieron. Pero, el Pretérito Imperfecto cambia todavía menos los finales, manteniendo la desinencia “-ba” en la primera conjugación e “-ía”, con la tilde, en las otras dos. Ejemplo: Hablaba, hablabas, hablaba, hablábamos hablabais, hablaban. Comía, comías, comía, comíamos, comíais, comían. Vivía, vivías, vivía, vivíamos, vivíais, vivían. Entonces, resumiendo: Pretérito Perfecto del Indicativo apunta hechos que ocurrieron en el pasado. Por eso es perfecto, ya llegó al fin y se acabó a mucho tiempo. El Pretérito Imperfecto del Indicativo aún no llegó al fin. Es imperfecto porque aún no llegó al fin, ocurre hasta ahora. Y…
En este exacto rato la campana suena. Otra vez es casi lanzado al suelo por la turba desenfrenada.
Sin embargo, eso es poco porque las personas se acostumbran. En Latinoamérica, muchos países tienen políticos que se definen como liberales en la economía y conservadores en los costumbres. Y estos son amados por el pueblo… La lógica de esa ilógica es el Gobierno no interferir en las empresas, pero intervinieren en el cuerpo de las personas. “Sus culos no pueden ser cogido, pero los productos que ustedes fabrican podemos venderles caro”. Pero, no hay problema, el pueblo se acostumbra cuando la cosa es pequeña. Sin saber que el pequeño puede agigantarse.
Sin embargo, en casa, nuestro profesor esperó el día acabar para dormir. Y él sueña. No que tenga muchos sueños más. No, eso es para los fiesteros, no para quien piensa. Él tiene es sueños del sueño. Y él platica con él.
- Aquella tv me encantó en 2013.
- ¿Aquella que pagó en veintidós meses? – Él se contesta. – ¿Saliendo casi tres veces más el valor en efectivo?
- Sí. Las personas se acostumbran.
- Me recuerdo. Cuando completó dos años ella se rompió y otra nueva se quedaría más barato. Pero, una computadora era prioridad en la ocasión.
- Y desde entonces estoy sin tv. Pero, las personas se acostumbran ya que la inflación no para. En 2015 compré una lavarropa.
- Me recuerdo. La que tenía mejor precio era casi dos meses de salarios… ¿Pagó en cuantas veces?
- Doce meses. Pero ella funciona hasta hoy.
- Verdad… ¿Y cuánto ella costó al fin?
- Dos veces y medio del precio en efectivo. Pero, las personas se acostumbr…



Niebla. Foto do autor sacada de la casa de Maria Cloenes, artista de danza y artesana.

Suena el despertador. Él se levanta inventando fuerza para abrir los ojos; vacilante va al baño hacer lo que hay que hacer. Un rato después prepara un café con poco polvo porque tiene que economizarlo. Alimenta a sí y al hermano y deja listo el almuerzo para cuando llegar. Abre la puerta y mira la ciudad anubarrada.


¹ Fora de Ordem. As Dez Estratégias de Manipulação de Massas de Noam Chomsky, de Avram Noam Chomsky. Disponível https://www.youtube.com/watch?v=xBVUBJXWXWY&index=284&list=LLIH2YzhXzK4qmn97DyBrAbA&t=23s . Acesso 04 Jun 2018.

MORAIS, Renata Cabrera de; BLUME, Bruno André. O Brasil e a Crise dos Refugiados. Disponível http://www.politize.com.br/o-brasil-e-a-crise-de-refugiados/ . Acesso 20 Jun 2018.
PORTUGUÊS É LEGAL (Professor Pablo). Quando usamos Á em uma frase? (e À, HÁ e A). Disponível https://www.youtube.com/watch?v=abyYi-8CTeE&t=0s&index=12&list=LLIH2YzhXzK4qmn97DyBrAbA . Acesso 20 Jun 2018.
VARGAS SIERRA, Teresa. Español Instrumental. 5 ed. Curitiba: Ibpex, 2009.

 Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve ao Ad Substantiam semanalmente às quintas-feiras; e todo domingo no seu blog literário: aRTISTA aRTEIRO.  É professor de Português, Literatura, Espanhol e Artes. É graduado em Letras-Português. É pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga MG (representando a Literatura).
Foto do Vinícius Siman.

Escrito entre 18 e 21 de junho de 2018.

Comentários

  1. Rubem, Rubem, sempre muito bom, arte a serviço de uma causa, enquanto alguns têm apenas compromisso com a fama!

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