NÃO DEVERIA
Estratégia
de Manipulação 03
Estratégia
da Gradação¹:
Para
fazer a população aceitar uma medida inaceitável basta aplicá-la aos poucos por
anos consecutivos. Foi assim que se impuseram o neoliberalismo, salários que
não garantem uma renda descente e novas condições socioeconômicas durante as
décadas de 80 e 90 do século XX. Estas e outras medidas teriam causado
revoluções se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
Em todas as escolas estaduais do país, inclusive
naquela mais perto de você, ouvem-se nas salas dos professores algumas risadas
durante o recreio. Provavelmente para não chorarem.
Nas ruas ninguém comenta a Copa em um dos países mais
homofóbicos do planeta porque as pessoas se acostumam. Poucos se indignam com o
pastor, deputado e incubado Feliz Dauánus justificar Duck Trump enjaular
crianças imigrantes. Ninguém discute os ataques ininterruptos à Síria nem as
sequelas do Golpe de 2016 porque as pessoas se acostumam. E, ao contrário da
Europa, desde 2011 o Brasil facilita a concessão de visto à população síria por
ser este um povo perseguido militarmente. Esta postura já rendera ao Brasil
elogios internacionais apesar de não ter uma política ou programa adequados.
Após o sinal de encerramento das aulas os alunos saem
desembestados como manada fugindo do fogo. Os professores ajuntam seus
materiais enquanto a equipe de limpeza faz o melhor que pode com o que as
escolas não têm. Da sala de aula vão
à sala dos professores e só depois retornam aos seus lares ou, porque as pessoas se acostumam, vão para outra escola aumentar a renda tão escassa.
à sala dos professores e só depois retornam aos seus lares ou, porque as pessoas se acostumam, vão para outra escola aumentar a renda tão escassa.
Canteiro da árvore de chuva.
Foto do autor.
Um desses professores vai para casa, e como os outros, com o coração
apertado. Na rua vê uma mulher com um lenço cobrindo a cabeça e um longo
vestido que mais parece um lençol preto. Sabe que as muçulmanas se mostram
belas para quem realmente importa: a própria família; não para estranhos na
rua. Porém nota o olhar da população a observá-la com maus olhos. E se recorda
da matéria recentemente lida no jornal: Fecham-se as portas para os refugiados.
Continua seu retorno com o coração encolhido diante do costume populacional... Mas
na BR381 no Centro de Ipatinga, depois da Prefeitura, após o posto de gasolina e
estacionamento público há um canteiro antes da Praça da Bíblia que separa as
duas mãos de uma rua que não sei se tem nome. Neste trecho há belos pés de mão
(ou pata) de vaca. Ao atravessar a rua para chegar ao canteiro o vento promove
uma chuva de folhas secas em três frondosas árvores sem nome para mim. Nestes
segundos vejo o espetáculo enquanto ele sente a delicadeza da “chuva” ao passar
debaixo de suas copas. Contudo, poucas coisas são bênçãos.
No dia seguinte, na aula de Português, um aluno faz piada sobre um
vizinho refugiado. Este professor interrompe sua aula e comenta: Refugiado
é quem tem que fugir do próprio país por perseguição racial, religiosa, opinião
política ou devido a conflitos armados, violência generalizada ou violação
massiva dos direitos humanos. Cuidado! Hoje nós os recebemos. Mas o futuro a
Deus pertence...
- O que o senhor quer dizer com isso, professor?
- Com a atual situação política de retrocesso não é
impossível que sejamos nós a pedir abrigo a outros países.
- Isso não vai acontecer não, professor. Pois é
Boçalnaro 2018...
O professor olha este aluno e dizer o que diante de
tanta boçalidade? Pensa um instante, mas o sinal toca deixando-o só e quase
caído, empurrado pela turba desembestada.
Em abril de 2018 o coevo desgoverno brasileiro “previu” aumentar em 2019
o atual salário mínimo de R$954,00 para R$1002,00. Contudo, decidiu deixá-lo a
R$998,00. Vejamos como foi em alguns anos anteriores: 2013 ele era R$678,00 e
passou para R$724,00 em 2014. Daí, no ano seguinte, pulou para R$788,00. Já em
2016 foi R$880,00. Quer dizer, de 2013 a 2016 houve pequenos, mas crescentes
aumentos de R$46,00, de R$64,00 e de R$92,00; o que dá uma média de pouco mais
de R$63,00 por ano.
Mas isso os jornais não anunciam. As manchetes que se veem são: As Portas
se Fecham para Refugiados. Primeiro para os angolanos e venezuelanos. Muitos se
surpreendem, mas só uns poucos não se acostumam.
Na casa deste professor, o irmão com necessidade especial faz o que faz
pelo menos dez vezes ao mês: beber água. Mas não somente isso. Bebe um copo e
cinco minutos depois outro copo. E bebe mais água; bebe, bebe, bebe, bebe,
bebe, bebe, bebe mais outro copo de água e... Vomita pela casa, na cama e onde
mais puder. Sossegado, bebe outro copo de água. E bebe, bebe, bebe, bebe, bebe,
bebe e mija na roupa. E suja outra roupa, mais uma e outra e outras. Mais
tranquilo, bebe de novo e o ciclo não para durante todo esse resto de dia.
E o professor? Bem... Paciência, cadê você? Bom humor, aonde você foi?
Felicidade, onde você está? Mas as pessoas se acostumam com qualquer coisa.
Acostumam-se com o descontrole familiar e acostumam-se com o controle
governamental.
Assim, o Governo do Estado não pagou o décimo terceiro
de 2017 e em 2018 atrasou contínua e cada vez mais o salário. Mas não tem
problema, o povo se acostuma. Em janeiro não pagou no dia oito, mas no dia dez.
Em fevereiro e março não pagou no dia sete, mas respectivamente nos dias doze e
treze. Abril foi no dia quinze. Em maio, também. Em junho, nem sinal! Fazendo
dos dias dos educadores uma sucessão de tormentos. Como se pode ver na
explicação do Governador Ferrando com Pimenta e Fel, do Partido dos Traidores:
“Os funcionários da segurança pública
recebem na frente dos professores porque o dinheiro é pouco e governar é fazer
escolhas. Existem funções públicas
que são mais urgentes e prementes que outras. E este não é o caso dos docentes.
Por isso se renumera a polícia de forma diferenciada, mas não aos educadores.”.
No dia seguinte aquele mesmo aluno parabeniza o Duck Trump
pelo muro. Com este mote, o professor:
- Ainda no século passado havia um programa de tv
chamado Família Dinossauro. Nele havia um pântano que separava de um lado os
dinossauros quadrúpedes e do outro, onde se passavam os episódios, os
dinossauros bípedes. Pouco a pouco o governo foi implantando leis contra os
quadrúpedes e noticiando pela tv o quão maléficos eles eram. Ao mesmo tempo
proclamava a superioridade bípede e esta se sentia orgulhosa. O engraçado era o
povo bípede envaidecer-se, mas ser destratado e deixado à míngua pela elite e
pelo governo... Eu me lembro de um episódio onde teve um diálogo mais ou menos
assim: “Eu quero dar a minha família o
que eles precisam e também o que querem. Preciso de aumento, pois eu amo a
minha família.” Fala Dino e seu chefe responde: “Nota-se o quanto você ama sua família, Dino. Pois prefere perder o
emprego que perder a família.”.
- Nunhintendi, professor.
- Sei que não... Mas continuando: Nesta série, os
quadrúpedes eram peças chaves para o desenvolvimento econômico do “país”. Mas o
governo, que cometia uma série de erros que prejudicavam a autonomia “nacional”,
culpava aqueles no lugar de admitir a própria culpa, no lugar de mudar suas
estratégias, em vez de buscar correção e avanço tecnológico e econômico. A
xenofobia...
- Que é isso?
- Preconceito contra os estrangeiros ou ao que eles
produzem. Mas continuando, a xenofobia chegou ao absurdo de construírem um muro
dividindo o pântano. Nesta construção muitos bípedes morreram afogados e
somente sobreviveram os que os quadrúpedes conseguiram salvar.
- Aí eles se tornaram amigos.
- Não, infelizmente não foi isso que aconteceu.
Continuaram a construir o muro e...
- E o que aconteceu, professor?
- Bem... Sabemos que os dinossauros não existem mais.
Foram extintos...
Uma pausa e retorna ao assunto programado:
- Mas voltemos a nossa aula. Quando se usa “há” com
agá e “a” sem agá? Quem sabe?
Ninguém respondeu. Então o professor continua:
- Existem alguns, digamos assim, uso para “a” com
agá. Do primeiro falaremos em outra aula. Vamos nos dedicar ao seu segundo uso.
O “a” com agá – há – indica tempo que já passou. Exemplo: Estou esperando há três anos os alunos se
tornarem estudantes. Alguém mais tem outro exemplo?
- Ele viajou há duas horas. – Responde Marcelo, um dos
dois que sempre ouvem o professor.
- Certíssimo. Já o “a” sem acento nem agá tem muitos
usos. Um deles é aparecer antes de substantivos femininos. Exemplo: A menina e a boneca são bonitas. Este “a” também aparece antes de verbo
no infinitivo. Quem se lembra o que seja infinitivo?
- É o nome do verbo, professor. – Outra vez Marcelo responde
e é parabenizado antes do professor continuar:
- “A” antes de infinitivo não tem nenhum
acompanhamento; é ele sozinho, sem outra letra nem acento. Veja um exemplo:
Estou disposto a dar
aula. Mas existe um terceiro uso para o “a” e este pode indicar futuro...
- Então, com agá indica passado e sem agá indica
futuro?
- Sim, Maria. Parabéns pela observação. O terceiro
uso de “a” sem nada é apresentar algo futuro. Exemplo: O recreio vai ser daqui
a pouco. O verbo “ir” está no presente, pois estou falando agora de algo que
acontecerá em instantes. E é este “a” o identificador do tempo que virá e...
Neste exato momento o sinal toca. Outra vez é quase
jogado no chão pela turba desenfreada.
Mas isso tudo ainda é pouco, pois as pessoas se acostumam. No Brasil, muitos
políticos preferidos pelo povo se definem como liberais na economia e
conservadores nos costumes. A lógica dessa ilógica é o Estado não interferir
nas empresas, mas intervir no corpo do povo. “O cu vocês não podem dá, mas os
produtos que vocês fabricam a gente pode vender caro para vocês”. Mas não tem
problema, o povo se acostuma quando a coisa é pequena. Sem saber que o pequeno
pode agigantar-se.
Contudo, em casa o nosso professor esperou o dia acabar para dormir. E
ele sonha. Não que tenha muitos sonhos mais. Não, isso é para festeiros, não
para quem pensa. O que ele tem são os sonhos do sono. E ele conversa com ele.
- Em 2013 gostei tanto daquela tv...
- Aquela que pagou em vinte e dois meses? – Ele se responde. – Saindo
quase três vezes o valor a vista?
- Sim. A gente se acostuma.
- Eu me lembro. Quando completou dois anos ela estragou e uma nova sairia
mais barato. Mas um computador era prioridade na ocasião.
- E desde então estou sem tv. Mas a gente se acostuma já que a inflação
não para. E em 2015 comprei uma máquina de lavar.
- Eu me lembro. A mais em conta era R$1.400,00; quase dois meses de
salário. Pagou em quantas vezes?
- Doze meses. Mas ela funciona até hoje.
- É! E quanto saiu no final?
- R$3.500,00... Mas a gente se acostum...
Nevoeiro. Foto do autor
tirada na casa de Maria Cloenes, artista da dança e artesã.
Soa o despertador. Ele se levanta inventando força para abrir os olhos;
trôpego vai ao banheiro fazer o que tem que fazer. Em seguida prepara um café
fraco para economizar o pó quase no fim. Alimenta a si e ao irmão e deixa
pronto o almoço para quando chegar. Abre a porta e olha a cidade enevoada.
En español:
NO DEBERÍA
En todas las escuelas públicas del
país, incluso en aquella más cercana a ti, es posible escuchar risas en la sala
de los profesores. Es posible que sea para no lloraren.
En las calles nadie habla de la Copa
ocurrir en uno de los países más homofóbicos del planeta porque las personas se
acostumbran. Nadie se indigna con el brasileño pastor, deputado y “mariposa en
el armario” Feliz Daelano justificar Duck Trump enjaular niños inmigrantes. Pero,
más notable es: Pocos se indigna con los religiosos y políticos del propio país
justificar el Presidente Monstruo de EEUU. Nadie discute los ataques
ininterrumpidos a Siria ni las intervenciones del Norte al Sur de América
porque las personas se acostumbran. Y, al revés de Europa y del Norte, hay
países en Latinoamérica que reciben los sirios perseguidos militarmente.
Después de la campana sonar avisando el fin de las
clases los alumnos salen corriendo como manada huyendo del fuego. Los
profesores reúnen sus materiales mientras la equipe de limpieza hace todo que
pueden con lo poco que la escuela tiene. De ahí los educadores se van a la sala
a ellos destinada y solo después retornan a sus lares o, porque las personas se
acostumbran, van a otra escuela aumentar la renta tan escasa.
Árbol de Lluvia. Foto del
autor.
Uno de esos profesores se va hacia su
casa, y como los otros, tiene el corazón apretado. En la calle ve una mujer con
un pañuelo cubriendo la cabeza y un largo vestido que más parece una sábana
negra. Sabe que las musulmanas muestran toda su belleza a quien realmente
importa: su familia, no a los extraños en la calle. Darse cuenta de la mirada
del pueblo observarla con malos ojos. Y se recuerda de la materia recientemente
leída en un jornal: El país cierra las puertas a los refugiados. Continúa su
retorno con el corazón encogido delante la costumbre poblacional… Pero en la Plaza
de la Biblia hay bellos árboles. Al cruzar la calle el viento promueve una
lluvia de hojas secas. En estos segundos ve el escenario mientras el profesor
siente la delicadeza de la “lluvia” al pasar bajo sus copas. Sin embargo, pocas
cosas son bendiciones.
En el día siguiente, en la clase de
Castellano, un alumno hace broma sobre un vecino refugiado. Este profesor
interrumpe su clase y comenta: Refugiado es quien tiene que huir de su propio
país por persecución racial, religiosa, opinión política o debido a conflictos
armados, violencia generalizada o violación masiva de los derechos humanos.
¡Cuidado! Hoy los recibimos. Pero el futuro a Dios pertenece…
- Profe, ¿qué usted quiere decir con eso?
- Con la actual situación política de
retroceso no es imposible que seamos los próximos a pedir asilo a otros países.
- Eso no va a pasar, profe. Pues los
hombres de Dios van a gobernar el país y no esos cualquieras…
El profesor mira este alumno sin
saber que decir a un ser tan necio. Piensa un poco, pero la campana suena
dejándolo casi en el suelo, empujado por la turba.
En abril 2018 el Gobierno hice una
previsión de aumentar en 2019 el actual salario mínimo en diez por ciento. Pero
optó por aumentar cinco por ciento. Veamos cómo fue en unos años anteriores. De
2013 a 2014 el aumento fue de tres por ciento; de ahí para 2015, cinco por
ciento y siente por ciento en 2016.
Eso los jornales no anuncian. Sus
titulares son: Las Puertas se Cierran para los refugiados. Primero para los de
África. Muchos se asombraron y pocos no se acostumbraron.
En la casa de este profesor, el
hermano discapacitado hace lo que hace al menos diez veces al mes: beber agua.
Pero no solamente eso. Bebe un vaso y cinco minutos después otro vaso. Y bebe
más agua; bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe más otro vaso de agua
y… Vomita por la casa, en la cama y donde más sea posible. Sosegado, bebe otro
vaso de agua. Y bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe, bebe y mea en la ropa. Y
sucia otra ropa, más una y otra y otras. Más tranquilo ahora, bebe de nuevo y
el ciclo continúa todo el día.
¿Y el profesor? ¡Oye! Paciencia,
¿dónde estás? Felicidad, ¿adónde has ido? Pero, las personas se acostumbran a
todas las cosas. Se acostumbran con el descontrole familiar y se acostumbran
con el control gubernamental.
Así, el Gobierno no pagó el abono del
fin de año de 2017 y en 2018 retrasó continua y cada vez más el salario. Pero,
no hay problema, el pueblo se acostumbra. En enero no pagó en el día de
costumbre, solo dos días después. En febrero y marzo no pagó en las datas
firmadas; pagó seis días más tarde. Abril ocurrió diez días de retraso. Mayo,
también. ¿Junio? Ni señal… Haciendo de los días de los educadores una cascada
de tormentos. Pero, el gobierno ama a los profesores y se justificó diciendo: “Todos que trabajan en la seguridad pública reciben antes de los
profesores porque el dinero es poco y gobernar es elegir prioridades. Hay
funciones públicas que son más urgentes y apremiantes que otras. Y este no es
el caso de los docentes. Por eso, se renumera la policía de manera
diferenciada, pero no a los educadores.”.
Sin
embargo, es como se habla en Brasil: Nada es tan malo que no puede empeorar. En
el día siguiente aquel mismo alumno felicita el Duck Trump por el muro. Con este
tema, el profesor:
-
Aún en el siglo pasado había un programa de tv llamado La Familia Dinosaurio.
En él había un pantano que separaba en un sitio los cuadrúpedes y en el otro,
donde ocurrían los episodios, los dinosaurios bípedes. Poco a poco el gobierno
fue implantando leyes contra los cuadrúpedes y noticiado por la tv los malos
que eran. Al mismo tiempo proclamaba la superioridad bípede y esta se sentía
orgullosa. El gracioso era el pueblo bípede envanecerse, pero ser agredido y
dejado a mengua por la elite y por el gobierno… Me recuerdo de un episodio
donde había un diálogo más o menos así: “Quiero
ofrecer a mi familia las cosas que necesitan y también las que desean. Necesito
aumento de salario, pues amo a mi familia.” Habla Dino y su jefe responde:
“Se nota que amas mucho a su familia,
pues prefiere quedarse desempleado que quedarse sin familia.”.
- No
comprendí, profe.
-
Tengo certeza que no… Pero, volvamos a la serie. Los cuadrúpedes eran
importantes para el desarrollo económico del “país”. Pero, el gobierno, que
cometía una serie de errores que lastimaban la autonomía “nacional”, culpaba aquellos
en vez de admitir la propia culpa, en vez de cambiar sus estrategias, al
contrario de buscar corregir y avanzar tecnológica y económicamente. La
xenofobia…
-
¿Qué es eso?
-
Prejuicio al que es extranjero. Volvemos al asunto. La xenofobia llegó al
absurdo de construyeren un muro dividiendo el pantano. En esta construcción
muchos bípedes se murieron ahogados y todos que sobrevivieron fue porque los
cuadrúpedes los salvaron.
-
Ahí ellos se tornaron amigos.
-
No, infelizmente no fue eso que ocurrió. Continuaron a construir el muro y…
-
¿Qué ocurrió?
-
¡Oye! Sabemos que los dinosaurios no existen más. Fueron extintos…
Una
pausa y:
-
Volvamos a nuestra clase. El pretérito imperfecto. ¿Quién sabe porque se llama
“imperfecto”?
Nadie
contesta. Entonces el profesor continúa:
- Una
cosa imperfecta es algo no acabado, incompleto. Entonces, el pretérito
imperfecto indica una acción que aún no llegó al fin. Imaginen: ¿Pasado es algo
que ya ocurrió o que está ocurriendo ahora?
-
Qué ya ocurrió. – Responde Emilio, uno de los dos que siempre escuchan el
profesor. Y esto lo elogia por responderlo.
- Si
el Pretérito Imperfecto indica algo pasado pero que hasta ahora continúa, el
Pretérito Perfecto indica…
-
Algo que ya acabó, profesor. – Otra vez Emilio contesta y es felicitado antes
del profesor continuar:
- El
Pretérito Perfecto Simples, también llamado de Pretérito Indefinido, se emplea
para indicar una acción que ya llegó al fin. Y puede ser empleado junto a
marcadores temporales. ¿Quién recuerda cuales son los marcadores temporales?
-
Ayer, anoche, la semana pasada son algunos, profesor. – Responde la otra
estudiante que siempre escucha a los profesores.
-
Si, Florencia. Felicitaciones por la comprensión. Ahora presten atención. El Indefinido
acostumbra cambiar mucho unos finales. Ejemplo en las tres conjugaciones… Pero,
¿quién recuerda cuales son las tres conjugaciones?
-
“-Ar”, “-er”, “-ir” – Responden los dos estudiantes mientras todos los demás
juegan en sus celulares o charlan entre sí. Y el profesor continúa, pero
sonriendo a los dos:
- Ahora
vamos a los ejemplos del Pretérito Perfecto en las tres conjugaciones: Hablé,
hablaste, habló, hablamos, hablasteis, hablaron. Miren que en las otras dos
conjugaciones no hay tilde en todas las “-i”: Comí, comiste, comió, comimos,
comisteis, comieron. Viví, viviste, vivió, vivimos, vivisteis, vivieron. Pero,
el Pretérito Imperfecto cambia todavía menos los finales, manteniendo la
desinencia “-ba” en la primera conjugación e “-ía”, con la tilde, en las otras
dos. Ejemplo: Hablaba, hablabas, hablaba, hablábamos hablabais, hablaban.
Comía, comías, comía, comíamos, comíais, comían. Vivía, vivías, vivía,
vivíamos, vivíais, vivían. Entonces, resumiendo: Pretérito Perfecto del
Indicativo apunta hechos que ocurrieron en el pasado. Por eso es perfecto, ya
llegó al fin y se acabó a mucho tiempo. El Pretérito Imperfecto del Indicativo
aún no llegó al fin. Es imperfecto porque aún no llegó al fin, ocurre hasta
ahora. Y…
En
este exacto rato la campana suena. Otra vez es casi lanzado al suelo por la
turba desenfrenada.
Sin
embargo, eso es poco porque las personas se acostumbran. En Latinoamérica,
muchos países tienen políticos que se definen como liberales en la economía y
conservadores en los costumbres. Y estos son amados por el pueblo… La lógica de
esa ilógica es el Gobierno no interferir en las empresas, pero intervinieren en
el cuerpo de las personas. “Sus culos no
pueden ser cogido, pero los productos que ustedes fabrican podemos venderles
caro”. Pero, no hay problema, el pueblo se acostumbra cuando la cosa es
pequeña. Sin saber que el pequeño puede agigantarse.
Sin
embargo, en casa, nuestro profesor esperó el día acabar para dormir. Y él
sueña. No que tenga muchos sueños más. No, eso es para los fiesteros, no para
quien piensa. Él tiene es sueños del sueño. Y él platica con él.
- Aquella
tv me encantó en 2013.
- ¿Aquella
que pagó en veintidós meses? – Él se contesta. – ¿Saliendo casi tres veces más
el valor en efectivo?
-
Sí. Las personas se acostumbran.
- Me
recuerdo. Cuando completó dos años ella se rompió y otra nueva se quedaría más
barato. Pero, una computadora era prioridad en la ocasión.
- Y
desde entonces estoy sin tv. Pero, las personas se acostumbran ya que la
inflación no para. En 2015 compré una lavarropa.
- Me
recuerdo. La que tenía mejor precio era casi dos meses de salarios… ¿Pagó en
cuantas veces?
-
Doce meses. Pero ella funciona hasta hoy.
-
Verdad… ¿Y cuánto ella costó al fin?
-
Dos veces y medio del precio en efectivo. Pero, las personas se acostumbr…
Niebla. Foto do autor sacada
de la casa de Maria Cloenes, artista de danza y artesana.
Suena
el despertador. Él se levanta inventando fuerza para abrir los ojos; vacilante
va al baño hacer lo que hay que hacer. Un rato después prepara un café con poco
polvo porque tiene que economizarlo. Alimenta a sí y al hermano y deja listo el
almuerzo para cuando llegar. Abre la puerta y mira la ciudad anubarrada.
¹ Fora de Ordem. As
Dez Estratégias de Manipulação de Massas de Noam Chomsky, de Avram Noam Chomsky.
Disponível https://www.youtube.com/watch?v=xBVUBJXWXWY&index=284&list=LLIH2YzhXzK4qmn97DyBrAbA&t=23s
. Acesso 04 Jun 2018.
MORAIS, Renata Cabrera de; BLUME, Bruno André. O Brasil e a Crise dos Refugiados.
Disponível http://www.politize.com.br/o-brasil-e-a-crise-de-refugiados/
. Acesso 20 Jun 2018.
PORTUGUÊS É LEGAL (Professor Pablo). Quando usamos Á em uma frase? (e À, HÁ e A). Disponível https://www.youtube.com/watch?v=abyYi-8CTeE&t=0s&index=12&list=LLIH2YzhXzK4qmn97DyBrAbA
. Acesso 20 Jun 2018.
VARGAS SIERRA, Teresa. Español
Instrumental. 5 ed. Curitiba: Ibpex, 2009.
Rubem Leite é escritor, poeta e crontista. Escreve ao Ad
Substantiam semanalmente às quintas-feiras; e todo domingo no seu blog
literário: aRTISTA aRTEIRO. É professor
de Português, Literatura, Espanhol e Artes. É graduado em Letras-Português. É
pós-graduado em “Metodologias do Ensino da Língua Portuguesa e Literatura na
Educação Básica”, “Ensino de Língua Espanhola”, “Ensino de Artes” e “Cultura e
Literatura”; autor dos artigos científicos “Machado de Assis e o Discurso
Presente em Suas Obras”, “Brasil e Sua Literatura no Mundo – Literatura
Brasileira em Países de Língua Espanhola, Como é Vista?”, “Amadurecimento da
Criação – A Arte da Inspiração do Artista” e “Leitura de Cultura da Cultura de
Leitura”. Foi, por duas gestões, Conselheiro Municipal de Cultura em Ipatinga
MG (representando a Literatura).
Foto do Vinícius Siman.
Escrito entre 18 e
21 de junho de 2018.
Rubem, Rubem, sempre muito bom, arte a serviço de uma causa, enquanto alguns têm apenas compromisso com a fama!
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