Juazeiro desmancha na chuva
Juazeiro
desmancha na chuva
Os
esgotos vomitam a água que engoliram
Os
bueiros gripam quinem gente
E
ficam com nariz entupido
O
prefeitão culpa a chuva
Mas
ora, doutor, a água Deixa de cair por que tem cidade em baixo?
Juazeiro
desmancha na chuva
O
Sertão não vira mar
Mas
o Juazeiro vira um Riacho
Amarronzado
e fedorento
Um
esgotão no qual a gente anda dentro
Juazeiro
desmancha na chuva
Desmancha
todo ano
Mas
depois de Julho o Horto fica amarelo
Chega
o calorão e seca o Juazeiro
Juazeiro,
eita cidade de fé
O
povo vê Deus na chuva
Mas
não veem o prefeito nos entupimentos
Sabe
o que eu penso?
Deus
é uma cortina que serve pra prefeito se esconder por detrás.
Juazeirozinho
de açúcar
Desmancha
na chuva
SUED
Nome artístico de Línik Sued Carvalho da Mota, é romancista, novelista, cronista e contista, tendo dois livros publicados, também é graduanda em História pela Universidade Regional do Cariri. Militante comunista, acredita no radicalismo das lutas e no estudo profundo de política, sociologia, História e economia como essenciais para uma militância útil.
Escreve ao Ad Substantiam semanalmente às segundas-feiras.
Contato: lscarvalho160@gmail.com
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