PRAÇA POENTE – LÚCIO DE NOVO

PLAZA PONIENTE – LUCIO DE NUEVO

Potira itapitanga.

Crazy truths
Beautiful verses
Everybody applauding insanities
Cheering the backspace¹.



Ipatinga, Centro.
- A vida é longa! As pessoas pensam... Sabe qual o problema da vida? – Lúcio fala enquanto o outro rosto não desvia os olhos. Em nenhum instante Victor desvia os olhos de Lúcio; que só não retribui o olhar por ser cego. – Sabe o problema da vida?
- Tenho muitas ideias, mas não sei qual é o seu pensamento.
- Victor, o problema é que a humanidade apenas pensa que pensa. Veja o povo brasileiro; muitos festejam o Golpe de 2016 acreditando que ganharam com isso. Entretanto, só um por cento dos brasileiros será beneficiado. E, o pior, é que a vida é longa.
Por dois, talvez três segundos, Victor abaixa a cabeça. E ambos, sem esquecer da sociedade, pensam a mesma uma só história.
Em domingo semelhante ao dia de hoje, em que você ouve meu relato, os dois se encontram na Praça da Bíblia. Victor, sentado sobre uma pedra, lê Rubem Leite pela primeira vez:
Pares de olhos: espantos e asco
Dúzias de bocas: ríspidos e sussurros
Róseas flores ipês vivem no ar
Róseas flores ipês jazem no solo
Homens de braços dados
Gente livre os amarram.
Lúcio passa. Victor para a leitura e olha o passante. Lúcio o sente, mas segue o caminho tentando escutá-lo, cheirá-lo. Victor segue os passos com seus olhos.
Meia hora depois, ao voltar para o Feirarte onde estava, senta-se à mesa na mesma barraca de sempre, a do vendedor de drinques.
- Um drinque de frutas e pouco açúcar... Doce e amargo feito à vida.
Enquanto Lúcio bebia, longe Victor tomava um suco; vê o estranho que tem lhe chamado à atenção. Lúcio não se levanta; talvez por não tê-lo percebido e Victor se vai. Alguém toca duas músicas e Lúcio se levanta; pensar em tentar encontrar o seu talvez ou quase conhecido.
Lá estava Victor, sentado na praça atrás do Fórum. Lúcio se aproxima. Como um cego pode ter tanta percepção assim?
- A gente se conhece ou é impressão minha?
- Impressão! – Diz entre o sorrindo e o desconfortável.
- Meu nome é Lúcio.
- Sou Victor. ... Estou esperando minha esposa chegar do trabalho.
- Legal! Você é daqui?
- De Vitória...
Pensa sem pensar na história dele: De passagem esperando a esposa?!
- Bem... Vou indo.
- Até!
Vai embora e dá dois passos. Vira e lhe diz preparando-se para sair imediatamente:
- Não sei se é o que você está pensando, mas não me aproximei querendo sexo. Apenas queria conversar.
Alguns passos depois:
- Lúcio! – Vira quando lhe chama. – Vamos conversar!
Volta. E ambos à mesa na barraca do Marcelo. Lúcio pede comida e bebidas.
Conversam!

  Traducción libre de Rubem Leite de un poema de Cida Pinho.

  Rubem Leite é escritor, poeta e crontista; professor de Português, Literatura e Artes. Escreve ao Ad Substantiam semanalmente às quintas-feiras. Escrito originalmente em português no início da tarde ou final da manhã do dia 03 de julho de 2016. Trabalhado entre os dias 10 e 15 do mesmo mês e ano. E depois retrabalhado nas duas línguas entre os dias 30 de agosto e primeiro de setembro, também de 2016.

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