PRAÇA POENTE – LUÍS
PLAZA POENTE – LUÍS
Potira itapitanga.
Em português
Para começar em bom estilo: “A tarde talvez fosse azul, não houvesse
tantos desejos”. O dia estava assim quando cheguei à rodoviária no dia seguinte
em que comprei a passagem para viajar sozinho pela primeira vez. Mamãe e papai
me olhando; ela com lágrimas e ele sorrindo.
Tô bonito! – Enquanto espera o ônibus admira-se no reflexo da vitrine. – A
calça recém-comprada, a camisa também novinha. Minha melhor camisa, cueca e
bermuda na mochila. Como não vê e caminha
tão bem no trânsito? Já vou preparado para a mulherada enquanto faço minha
matrícula. – Olha para as camisinhas.
Eu tô que falo e não me apresento... Mas acho que você já percebeu pelo
título do cronto. Mas de qualquer modo, sou Luís. A viagem tá tranquila e tô
chegando em BH. É incrível como no um
segundo que me tocou percebeu que eu não levava mochila. Agora, uma
paradinha na Nossa Senhora da Boa Viagem como mamãe falô para fazer, arranjá um
hotelzinho; tomá um ‘bainzim’ e saí pra caçá. Amanhã me informarei como ir à UFMG
para a matrícula do primeiro período.
Huuum! Que caminha boa. Escolhi bem o hotel. Só faltô companhia para
amansá o que acorda brabo... Rerrê. Mijá, tomá café e cumprir o que vim fazê pra
podê ver a mulherada e a gente se divertir. Como
será não enxergar? Como será que se sente? Barba feita, roupa limpa,
documentos na mochila. Agora é comer e sair.
Pronto! Já tenho as indicações; e bucho cheio, pé na estrada. Enfim, matrícula
realizada. Letras, aí vou eu! Agora, uma passadinha na igrejinha da Pampulha,
almoçar e finalmente fudê. Rerrê. Inda bem, que conheci Carminha na matrícula.
Assim como eu, ela é de longe. Ainda não
visitei o blog... Eim? Quêqui ela tá falano?
Ôôôô, foda boa! Imagine quando as aulas começarem... É mulher demais da
conta! A coisa promete. Quando chegar vô
procurá-lo. Que isso? Por que esse homem tá chorano desse jeito no meio da
rua? Credo! Nunca vi isso: balanços, soluços, gemidos e lágrimas tudo em um
choro só. Me aproximo ou vou embora? Acho que dá para atravessar... – É carro à
esquerda, à esquerda da esquerda, na frente, atrás, à direita, à direita da
direita. Um bolo de carros. – Não quero ser recheio de um bolo de carros. Ufa!
Cheguei na rodoviária. Agora é chegá em casa, procurá o Lúcio e falá com ele.
En español
Para empezar de bella
forma, nada mejor que un poquito de Drummond: “La tarde tal vez fuese azul, no
hubiese tantos deseos”. El día estaba así cuando llegué al terminal de autobús un
día después de la compra de billete para mi primer viaje solo. Mamá y papá
mirándome; ella con lágrimas y él sonriendo.
¡Qué guapo! – Mientras
espera el autobús admira su reflejo en el escaparate. – El pantalón recién
comprado, la camisa también nuevita. Mi mejor camisa, calzoncillos y bermuda en
la mochila. ¿Cómo no ve y camina tan bien
en el tránsito? Ya me voy preparado para las mujeres mientras me inscribo.
– Mira los condones.
Estoy hablando hecho un
chismoso y no me presento… Pero, creo que tú ya percibió por el título del
croento. De cualquier manera, soy Luís. Mi viaje está tranquilo y BH se acerca.
Es increíble como en el un rato que me
tocó percibió que yo no cargaba mochila. Ahora, obedeceré a mamá y me iré
al ícono de la Patrona de Belo Horizonte, buscaré un hotelito; me ducharé y me
voy a cazar muchachas. Mañana me informaré como ir a la UFMG para me registrar
para el primer semestre de clases.
¡Huuuum! Qué camita más
buena. Elegí bien el hotel. Solo me ha hecho falta una acompañante para amansar
lo que despierta furioso… Jejé. Mear, me desayunar y cumplir mi misión para
finalmente me divertir con las mujeres. ¿Cómo
será no ver nada? ¿Cómo será que si siente? Afeitado, ropa limpia,
documentos en la mochila. Ahora es comer y salir.
¡Listo! Ya tengo las
indicaciones y estoy satisfecho, entonces es horas de salir. Finalmente,
matrícula realizada. Letras, ¡ya me voy! Ahora, una paradita en la iglesia de Pampulha,
almorzar y finalmente coger. Jejé. Qué bueno tener conocido Conchita en la
matrícula. Hecho yo, ella es de lejos. Pero,
aún no he visitado el blog… ¡Qué! ¿Qué ella está hablando?
¡Ay, caray! Qué cogida
más fantástica. Imagine cuando las clases empezaren… Son mujeres demás. Pero, no
puedo desanimar. He de ser intrépido y socorrer las guapas tristes y calientes.
¡Jejé! ¡Qué eso! ¿Por qué ese hombre llora de esa manera en medio de la calle?
¡Credo! Nunca he visto eso: sacudidas, sollozos, gemidos y lágrimas todo en un
solo lloro. ¿Me acerco o me voy? Pienso que es posible cruzar la avenida… – Es
coche a la izquierda, a la izquierda de la izquierda, en la frente, atrás, a la
derecha, a la derecha de la derecha. Es un pastel de carros, un lío total. – No
quiero rellenar el pastel de coches. ¡Ay, caramba! Llegué al terminal. Ahora es
llegar a mi casa, procurar el Lúcio y hablar con él.
Quem ainda não leu, convido a ler Lúcio: https://ad-substantiam.blogspot.com.br/2016/07/lucio.html
Diquinha de português:
Viajem e viagem: Ambos significam deslocar-se do
lugar, uma jornada; seja ela real ou provocada por alucinógeno. Mas:
Viajem – com “j” – é a terceira pessoa do plural do
presente do subjuntivo ou terceira pessoa do plural do imperativo: “Viajem
vocês! Ou então eles que viajem pelo Brasil. Tanto me faz”.
Já viagem – com “g” – é substantivo: “- Boa viagem! / - Mas...
acabei de chegar de viagem?!”. Há uma regra gramatical dizendo: “devem ser
escritos com ‘g’ os substantivos terminados em ‘agem, igem ou ugem’: penugem,
vertigem, imagem”.
Rubem Leite
Escritor, poeta e crontista; professor de Português, Literatura e Artes.
Escreve ao Ad Substantiam semanalmente às quintas-feiras.
Cronto pensado e criado em 2009, mas o original se perdeu;
então criei outra história entre os dias 15 e 21 de julho de 2016.
Contato: arterubemleite@gmail.com
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