No Canto Escuro

Lésbicas na máquina de Lavar - Paulo Diogo

Te levo para um canto escuro desse local burlesco, precisava fazer aquilo naquele momento, em minha mente alcoolizada não há lugar para paciência, só sinto o impulso primitivo que a maciez de sua pele me desperta, a lascívia na qual a temperatura de teu abraço me coloca.
Ver, explorar, morder o seu pescoço, descobrir os seus seios e sentir seus mamilos em confronto com a minha língua, passar as minhas unhas pelas suas costas lisas... Mas não é o suficiente, te quero em minhas mãos, entregue a mim! Minhas mãos escorregam, esguias, pela sua barriga lisa enquanto você morde meus lábios em um beijo animalesco... Eu gosto disso, quero que me devore!
Minha mão entra em sua calça...
– Eu estou meio... Menstruada! – você me adverte.
Não ligo, quero experimentar meus dedos molhados pelo seu órgão, senti-los penetrando o seu corpo, quero sentir as paredes da sua boceta. O cheiro do seu melzinho misturado ao do sangue chega as minhas narinas, não importa, o som dos seus gemidos me hipnotizam, esse som deliciosamente agudo que sai por entre seus lábios carnudos borrados de batom roxo.
Tiro meus dedos de dentro de sua calça, levo-o a minha boca e o coloco até a base em minha boca, quero sentir o seu gosto, o seu melzinho, o seu sangue. Olho para seu rosto suado, sua voz soa ofegante. Volto a te beijar, quero dividir esse gosto contigo...
Você aceita, passamos minutos mergulhadas nesses beijos ensanguentados.



SUED

Nome artístico de Línik Sued Carvalho da Mota, é romancista, novelista, cronista e contista, tendo dois livros publicados, também é graduanda em História pela Universidade Regional do Cariri. Militante comunista, acredita no radicalismo das lutas e no estudo profundo de política, sociologia, História e economia como essenciais para uma militância útil.
Escreve ao Ad Substantiam semanalmente às segundas-feiras.
Contato: lscarvalho160@gmail.com






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